44.
Be2+(Beryllium) (2016)
para dois violões e sons eletrônicos sintéticos.
44b.
para dois violões.
No mundo sonoro de Be2+(Beryllium), uma sonoridade central composta por uma núvem harmônica de sons sintéticos coordena a revolução de duas entidades violonísticas, que a ela reagem por meio da enunciação de texturas musicais obsessivas e por vezes excentricamente imitativas. A obra inicia-se em um certo estado de indefinição harmônica e pouco a pouco vai aventurando-se pelo espaço de alturas até um encontro final com uma estrutura tímbrica de irresistível apelo, ainda que um tanto tóxica. Esta “aventura” harmônica inclui dezessete estágios, cada um fabricado a partir do amálgama de nove aspectos de altura selecionados dentre o conteúdo espectral frequencial de duas notas diferentes de altura definida.
Para esta obra, foi concebida uma sonoridade geral na qual os violões idealmente figuram tocados ao natural, ou seja, sem microfonação, com a parte pré-gravada eletrônica de sons sintéticos pensada para soar como algo no estilo de uma tambura indiana sobrenatural, tocada por um instrumentista imaginário posicionado imediatamente atrás dos violonistas.
O nome da peça se refere à situação particular em que se encontra um cátion divalente do elemento químico Berílio, na qual um solitário duo de elétrons orbita um núcleo de nove componentes portadores de massa, dentre prótons e nêutrons.
Eventualmente, é também possível tocar apenas as partes instrumentais dos violões, sem os sons eletrônicos. Neste caso, a peça recebe o nome de Heliodor (ou Heliodoro, em português), que é uma variedade amarelo-esverdeada de berilo, um mineral de ocorrência natural composto principalmente por ciclossilicato de berílio e alumínio: Be3Al2(Si O3)6.
Be2+(Beryllium):
Heliodor:
Violões: Willian Lentz; Eric Moreira.
Gravado em out/2017 no Laboratório de Música, Sonologia e Áudio (LaMuSA) da Embap/Unespar em Curitiba-PR, Brasil.
Prise de son: Antonio Spoladore;
Montagem e masterização: Marcus Bittencourt.