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Dischord (2001)
Uma instalação dinâmica para três bailarinas com vídeo controlado por densidade de movimento e música eletroacústica gerada por computador ao vivo com mediação de feixes de raios laser, com um berimbalista opcional ao vivo.
A música de Dischord é uma peça de Música Concreta, projetada por um sistema de som quadrafônico e produzida em tempo real por um algoritmo programado com o ambiente MAX/MSP.
O que você ouve é a interação de cinco (ou opcionalmente seis) elementos sonoros constituintes:
- Três coleções de sons concretos, cada uma correspondendo a uma dançarina específica e a uma das três áreas monitoradas por feixes de raios laser. Cada coleção é fixada em uma posição estereofônica específica dentro do campo quadrafônico. As três coleções são:
- sons de estações de trem, de vento e de chuva, um chamado mouro à oração, coro de vozes humanas ;
- motores de carro falhando, guincho de pneus e sons de acidentes automobilísticos, britadeiras, vidros se estilhaçando, rangeres de porta, canto de pigmeus tocado ao contrário ;
- sons de passos, suspiros e vocalizações de uma mulher, música de cabaré ;
- Uma coleção de tambores africanos (tambores de guerra de Burundi, tambores Núbios do Egito e música Gnawa do Marrocos), arranjados em doze grupos de padrões. Os tambores são tocados em movimentos dançantes por todo o espaço quadrafônico.
- Dezesseis sinos, afinados segundo uma escala microtonal baseada na proporção de 1.038566, um incremento de 65.5113 midicents. Os sinos são também tocados em posições variadas dentro do campo sonoro quadrafônico.
- Um berimbalista ao vivo microfonado por contato pode figurar como um elemento adicional opcional. Se presente, a parte de berimbau apresenta padrões improvisados de ritmos brasileiros. Os sons de berimbau são processados em tempo real com um modulador em anel e mixados aos outros sons em posições variáveis dentro do campo quadrafônico.
O programa em MAX/MSP responde a estímulos das dançarinas quando elas cruzam os feixes de raios laser posicionados no palco. Ao cruzar um feixe de laser, uma dançarina influencia a densidade (probabilidade de acontecimento) dos sons concretos da coleção associada àquele feixe particular de laser. Quando dois feixes são cruzados ao mesmo tempo, um sino é tocado em uma posição quadrafônica aleatória. Quando três feixes são atravessados simultaneamente, um acorde arpejado de três a sete sinos é tocado. A comparação entre as densidades das três camadas de sons concretos e a densidade dos sinos provoca mudanças nas figurações e padrões dos tambores.
música e software musical: Marcus Bittencourt
hardware: Michael Prerau
coreografia e dança: Leah Nelson, Colleen O'Meara, Dana Ruttenberg
visuais e vídeo: David Sun
Gravação, sem o berimbalista:
Vídeo da apresentação de 2001, na Prentis Hall, Columbia University, New York, EUA: